POLÍTICOS, PARTIDOS E PESQUISAS

Pimenta na Muqueca

Autor: Davidson

Marco Wense

Souto, Wagner e Geddel.

Os coordenadores de campanha, inconformados com a posição dos seus pré-candidatos no cenário eleitoral de 2010, estão massacrando os institutos que realizam pesquisas de intenção de voto.

O mínimo que se diz é que eles são fajutos. Palavras mais duras, ditas principalmente em conversas reservadas, onde o político xinga a genitora do concorrente, são impublicáveis.

Vale ressaltar que existem institutos sem nenhuma credibilidade, que manipulam os dados de acordo com o que foi combinado com as agremiações partidárias e os senhores políticos.

Aqui na Bahia, o PMDB, tendo como porta-voz o presidente estadual Lúcio Vieira Lima, só vai acreditar nas pesquisas quando o ministro Geddel estiver em empate técnico com o petista Jaques Wagner (PT).

O sonolento DEM, em estado de letargia política, parece conformado. Apenas algumas lideranças isoladas, como o deputado José Carlos Aleluia, se manifestam contra os resultados das consultas populares.

A última pesquisa sobre a corrida sucessória, realizada pelo instituto Vox Populi, aponta o governador Jaques Wagner com 44%, Paulo Souto 29% e o ministro Geddel 8%. O petista seria reeleito no primeiro turno.

O otimismo, até mesmo como forma de manter a militância unida, é importante em uma campanha. A infantilidade é inaceitável. Alguns peemedebistas, por exemplo, acham que Geddel já ultrapassou Paulo Souto, pré-candidato do DEM.

Essa infantilidade, bem próxima de uma imbecilidade, existe. Não é nenhuma invencionice. Tem um membro do diretório do PMDB de Itabuna que aposta na eleição do ministro Geddel já no primeiro turno. A diferença entre Wagner e Geddel é de 36 pontos.

O que mais irritou os peemedebistas na pesquisa da Vox Populi não foi os 8% na estimulada, e sim, com certeza, o irrisório, decepcionante e insignificante 1% na modalidade espontânea contra 4% de Souto e 17% de Wagner.

O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, quando é questionado sobre as pesquisas, diz que “não leva em consideração nenhuma delas”, nem mesmo a da Datafolha, que também aponta uma vitória de Wagner no primeiro round.

É bom lembrar que, com essa da Vox Populi, já são seis pesquisas de intenção de voto que indicam uma possível e cada vez mais provável vitória do petista na primeira etapa eleitoral.

Se o cenário continuar favorável ao chefe do Executivo, apontando uma vitória no primeiro turno, a debandada de prefeitos do DEM, PSDB e PMDB para o projeto de reeleição é inevitável.

Petistas gozadores, adeptos do desaconselhável “já ganhou”, andam dizendo que o governador Jaques Wagner, pelo andar da carruagem, só vai precisar de “meio turno”.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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