Governo autoriza abertura de 375 vagas para medicina na BA
A Tarde
· Raul Spinassé l Ag. A TARDE
Seis municípios baianos foram contemplados pelo MEC
O Brasil vai ganhar novos cursos de
medicina que, ao todo, vão ofertar 2.290 vagas de graduação em 36 municípios do
País. Todas as cidades contempladas não têm faculdade na área e também não são
capitais. A decisão, resultado de um processo de chamamento público, foi
anunciada nesta sexta-feira, 10, pelos Ministérios da Educação e da Saúde. A
medida faz parte da estratégia do programa "Mais Médicos" e foca na
interiorização do ensino médico. As instituições selecionadas terão entre 3 a
18 meses para ofertar as novas vagas, de acordo com a proposta. O MEC deverá
acompanhar passo a passo a implantação.
Dos 36 municípios escolhidos, seis
estão na Bahia, com 375 vagas (veja lista abaixo); 13 em São Paulo, quatro em
Minas Gerais, quatro no Paraná, três no Rio Grande do Sul, dois no Rio de
Janeiro, um no Espírito Santo, um em Pernambuco, um em Rondônia e um em Santa
Catarina. Do total por região, 20 dos novos cursos estão no Sudeste, um
na região Norte, sete no Nordeste e oito no Sul.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, não se espantou com a
distribuição, que segue a lógica já existente no País, com maior concentração
de escolas nas regiões metropolitanas e na região Sudeste . "Inovar nesta
área não é fácil. O próximo edital irá consolidar vagas em outros Estado que
atualmente oferecem menos cursos", disse. Um novo edital, afirmou, será
feito com foco nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A escolha das mantenedoras foi feita
de acordo com três critérios: a trajetória da instituição, suas condições
financeiras e o projeto pedagógico. Neste último item, a análise foi feita por
um grupo de especialistas.
Veja também
mec-educacao-medicina_1538431.pdf |
16.52KB
Três cidades que haviam sido
previamente escolhidas não tiveram instituições selecionadas, por não atenderem
os requisitos mínimos: Tucuruí (PA), Limeira (SP) e São Leopoldo (RS). Com
isso, 170 vagas que haviam inicialmente ofertadas ficarão congeladas. As
cidades, no entanto, não vão perder a oportunidade de expansão. Caso tenham
interesse, poderão ofertar novos projetos. "Isso será feito para eles não
ficarem atrasados", disse Janine Ribeiro.
O número mínimo de vagas autorizadas
por instituição foi de 50 e o máximo, de 100 vagas. Em São Paulo, foi
autorizada a criação de vagas em Araçatuba (65 vagas), Araras (55), Bauru
(100), Cubatão (50), Guarujá (55), Guarulhos (100), Jaú (55), Mauá (50), Osasco
(70), Piracicaba (75), Rio Claro (55), São Bernardo do Campo (100) e São José
dos Campos (100). Em São Paulo, a mantenedora Associação Educacional Nove de
Julho obteve o máximo permitido pelo edital e teve cinco propostas aprovadas:
ela ficará responsável por cursos nas cidades de Bauru, Guarulhos, Mauá e
Osasco e São Bernardo dos Campos. A Sociedade Educacional S.A teve quatro
propostas aprovadas, nas cidades de Piracicaba, Rio Claro, São José dos Campos
e Guarapuava (PA).
Instituições que não foram selecionadas
poderão recorrer até dia 22 de julho. A partir das 18 horas de hoje, os
resultados obtidos na avaliação serão disponibilizados para cada mantenedora.
De acordo com o ministro da Educação, foram inscritas 216 propostas de
instituições interessadas em abrir vagas de medicina. Do total, 115 foram
habilitadas, 64 classificadas e 36 vencedoras.
"A partir de hoje o Mais Médicos
se consolida não como uma política emergencial para o provimento de
profissionais em todo o País", disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
ao acompanhar o anúncio dos dados. Para a seleção dos municípios candidatos a
abertura de cursos de medicina, uma série de critérios precisou ser observada:
proporção de vagas e médicos por habitante, tamanho da população atendida, a
infraestrutura do local, como a existência de hospital de ensino, a
disponibilidade de pelo menos 100 leitos para o curso e o mínimo de cinco
leitos da rede conveniada ao SUS para alunos. Na análise das mantenedoras, foi
avaliada a qualidade dos cursos da área de saúde, a residência médica, a
capacidade econômico financeira e a proposta pedagógica e oferta de pelo menos
10% de bolsas para população carente.
Avaliação
Nesta sexta, o secretário-executivo
do Ministério da Educação, Luiz Claudio Costa, criticou a iniciativa do
Conselho Federal de Medicina de criar um sistema alternativo para avaliação da
qualidade dos cursos de Medicina. Ele observou que a avaliação tem como um dos
principais objetivos nortear uma intervenção pedagógica, caso isso seja
necessário, algo que não pode ser feito por uma avaliação independente. Sem tal
instrumento, completou, a análise é inócua.
"Graças ao sistema hoje em
vigor, vagas foram reduzidas, cursos foram fechados ou abertura de novas vagas,
não foram aceitas", disse. "O que precisamos é fortalecer o
instrumento recente", disse. "Se criarmos dois iguais, para que dois?
E se forem diferentes, como fica a sociedade?"
O ministro da Saúde, Arthur Chioro,
também elogiou o sistema atualmente em vigor. "Estamos construindo um
sistema de avaliação seriada extremamente competente." Ele observou, no
entanto, que avaliações realizadas por instituições sérias podem
"contribuir" com o processo.
Lista das cidades baianas contempladas
Alagoinhas
(65 vagas)
Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá Ltda
Eunápolis
(55)
Pitágoras - Sistema de Educação Superior Sociedade Ltda
Guanambi
(60)
Sociedade Padrão de Educação Superior Ltda
Itabuna
(85)
Instituto Educacional Santo Agostinho Ltda
Jacobina
(55)
AGES Empreendimentos Educacionais Ltda
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