QUEDA DE NILO MARCA NOVA FASE DA POLÍTICA BAIANA E A EMERGÊNCIA DA 3ª VIA

01/02 - 06h59m
BAHIA ECONÔMICA


O fim da era Marcelo Nilo na Assembleia Legislativa do Estado, após 10 anos de controle absoluto da casa, marca uma nova fase da política baiana, que tem como característica principal o fim da polarização política na Bahia. Desde 2006, a política baiana oscila entre duas forças: de um lado a oposição, liderada pelo DEM e pela forte liderança surgida com a eleição de ACM Neto para Prefeitura de Salvador, de outro o PT, comandado pelo ex-governador Jaques Wagner e pelo governador Rui Costa.

Mas essa polarização acaba com a emergência de uma nova força na política estadual, o PSD, que tem como liderança maior o senador Otto Alencar, que deixa de ser uma força auxiliar do PT, para tornar-se um dos protagonistas da nova fase da política baiana.

O portal Bahia Econômica, que vem se caracterizando por analisar de forma original e única os caminhos da política e da economia baiana, foi o primeiro órgão da imprensa a anunciar a emergência de uma 3a via na política estadual, cujo líder é o senador Otto Alencar.

Agora, com o PSD derrotando Marcelo Nilo, que durante 10 anos foi mantido no cargo pelo PT, e elegendo o Presidente da Assembleia Legislativa, após eleger 82 prefeitos no interior do Estado e fazer o Presidente da União dos Prefeitos da Bahia, essa 3a via se posiciona no pódio do espectro político, no mesmo patamar do governador Rui Costa e do Prefeito ACM Neto e em condições de disputar a corrida política de 2018. No novo quadro, Rui Costa lidera o executivo estadual, ACM Neto o executivo municipal e Otto Alencar junto com Angelo Coronel comando o Poder Legislativo.

A desistência de Nilo mostra que os protocolos da política não aceitam mais o voluntarismo e se baseiam no peso efetivo de cada legenda junto ao eleitorado. Mostram também que o PT tem de se reformular e, nesse novo cenário, o perfil do governador Rui Costa, focado nos investimentos que podem melhorar a vida da população, parece mais adequado do que aqueles que pensam que tudo se resolve na política.

Há quem afirme que a cúpula do PT errou ao deixar o processo eleitoral correr solto, mas, afinal, de que valeria ao partido ter Marcelo Nilo por mais dois anos na Presidência da Assembleia. Em que medida isso mudaria a face de partido que precisa mudar para se tornar competitivo? Nesse sentido, a postura de Rui Costa é muito mais útil ao partido do que os velhos conciliábulos políticos.

Do lado da oposição, a liderança do Prefeito ACM Neto foi consolidada e teve importância fundamental na eleição do novo Presidente da Assembleia. Neto conseguiu inclusive reverter uma tendência da bancada da oposição, onde havia muitos deputados que desejavam manter-se no passado e embarcar no apoio a reeleição do atual Presidente.

Mas quem sai vitorioso do processo é, sem dúvida, o PSD, e o senador Otto Alencar que comandou o processo de eleição do deputado Ângelo Coronel, que hoje será eleito novo Presidente da Assembleia, de forma competente e agregadora, sabendo que novos tempos estão surgindo na política baiana e brasileira. (AA)

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