TV LATINHA: A importância do Fórum Social Mundial 2018 em Salvador











 





 
























   






 A 13ª edição do Fórum Social Mundial (FSM 2018) foi realizada entre os dias 13 e 17 de março, em Salvador, na Bahia. Com a maior parte das atividades concentradas no Campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o evento teve a participação de mais de 60 mil pessoas de 120 países.
O objetivo do Fórum foi debater e definir novas alternativas e estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes antidemocráticos e genocidas que diversos países estão enfrentando nos últimos anos.  Com o lema “Resistir é criar. Resistir é transformar!”, o Fórum visa promover a transformação do ser humano em busca de “Um outro mundo possível”.
A TV Latinha fez a cobertura do evento e destaca a importância histórica do Fórum Social Mundial para a organização popular mundial. Foram mais de 1300 eventos científicos e debates sobre diversos temas da atualidade: meio ambiente, autodeterminação dos povos, conjuntura política do Brasil e do mundo, cultura, luta pela paz, luta das mulheres, índios, negros, LGBT, entre outros.
A abertura do evento contou com mais de 70 mil pessoas de diversos países e demonstrou a diversidade da luta internacional por uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Assembleia em defesa das Democracias reúne milhares de pessoas em “Pituaçu”


Foto: Mídia NINJA.

O  terceiro dia do Fórum Social Mundial 2018, quinta-feita (15), foi marcado por uma onda de protestos e indignação pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista, Eduardo Pedro. Marielle era mulher, negra, militante e defensora dos direitos humanos e se autodeclarava favelada e homossexual. O crime cometido contra sua pessoa foi considerado uma afronta, tentativa de silenciamento, à todas as pessoas que lutam por sua causa.
Tido como um dos momentos mais aguardados do FSM 2018, devido a participação do ex-presidente Lula, a Assembleia Mundial em Defesa das Democracias reuniu convidados de religiões de matriz africana, povos indígenas, coletivos femininos, personalidades políticas, artistas, lideranças sindicais e militantes. O evento, organizado por entidades civis e sindicais, contou com a presença de representantes de vários países da América Latina, África, Caribe e Europa, unidos em defesa da democracia, no continente e no mundo, frente ao avanço do conservadorismo e extremismo.
Ao cair do dia no estádio de Pituaçu, que teve metade do seu campo e arquibancada preparados para receber o público da Assembleia, presenciou um palco ornado de flores, com dois telões de alta definição, lotado de mulheres e homens que fizerem discursos “inflamados” em defesa da democracia, dos direitos das minorias e da união e fortalecimento da América Latina.
Com tradução simultânea em espanhol, inglês e francês entre as mensagens ecoadas do palco era unânime o lamento, o protesto contra o assassinato de Marielle e a conclamação dos movimentos das bases a se unirem em defesa da jovem democracia brasileira, “nunca tão arcada desde os sombrios tempos da ditadura” – como pontuou o líder sindical Pascoal Carneiro.
Único representante europeu no encontro o deputado francês Eric Coquerel prestou solidariedade a Marielle e homenageou sua luta e de todos seus companheiros, além de oferecer apoio ao povo da América Latina e aos ex-presidentes, Dilma Rousseff e Lula. Coquerel foi enfático ao falar que já estava na hora de as esquerdas do mundo inteiro esquecerem e relevarem suas diferenças, o que para ele naturalmente levaria a uma reinvenção dos movimentos, para lutarem contra o racismo e o fascismo que avança em todo o mundo.
Já Manuel Zelaya, ex-presidente de Honduras, alertou que a América Latina precisa identificar seus inimigos e unir as forças de seu povo contra o imperialismo, que a todo momento tenta fissurar o processo de independência da América. Zelaya também demonstrou apoio e camaradagem a Lula, lembrando que durante a tentativa de golpe contra seu mandato, em 2009, o presidente brasileiro foi o primeiro a lhe oferecer apoio, e defender o processo de autonomia e independência da América Latina.
Anunciando a presença de Lula, o governador da Bahia, Rui Costa, em nome do povo baiano, saudou todos os visitantes e salientou que para se acabar com a herança escravocrata reinante no país é necessário dar ouvidos a luta pelos direitos das mulheres.
No instante em que assumiu o microfone o ex-presidente petista Lula, sob uma leva de aplausos e gritos de seu nome, iniciou uma aula sobre a história dos processos políticos modernos da América Latina, com ênfase e precisão. Lula em poucos minutos abarcou mais de 500 anos de história para demostrar para o público que não era atoa que a América Latina se encontrava em situação tão ameaçada como no momento atual.
“Eles (países imperialistas) não querem que nós cresçamos, que sentemos com eles para discutir e negociar de igual para igual; querem sempre nos ver por baixo, para que possam extorquir e roubar nossas riquezas. E isso eu não aceitarei”, completou Lula. Que em seguida pediu a união dos partidos de esquerda em defesa da democracia brasileira.
Apesar do clima de consternação no estádio, por conta do crime contra Marielle, e os direitos das mulheres e humanos, artistas presentes no evento ecoaram seus cantos em protesto e homenagem à Marielle e a Anderson, que se transformaram numa única voz e se somaram às muitas vozes que ecoaram pelas ruas e lares de todo o país algo que dizia: Marielle… Marielle… Anderson… Presentes!
Comunicação Compartilhada FSM 2018
Texto: Ugo Soares
Revisão: Ana Paula de la Orden

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