OPINIÃO DE ANDRÉ SIMÕES SOBRE O MOMENTO POLÍTICO NO BRASIL
Entre um clima pré-fabricado e intencional de polaridades entre direita-fascista e esquerda-xiita estamos alguns mortais. Entendo algumas ideias, mesmo que não concorde com elas, caro nervoso opositor.
Ver o país assolado por “cegueira de pensamento” tem tirado o sono de muitos de nós, o meu certamente. Não somos um país de desequilibrados. Pode até parecer neste momento, mas não somos.
A quem interessa ver-nos como bichos rosnando aos seus? Posso gostar e respeitar Lula sem idolatria. Podem não gostar de Lula, sem odiá-lo. Ou odiar sem requinte de crueldade, ao menos. Que brasileiros nos tornamos? Ser de um lado ou de outro, ou de nenhum, nos inviabiliza o convívio? Que nação queremos, brava gente!? Suportar o convívio tem sido o maior dos desafios para tantos nestes dias.
Enxergar as manipulações, as negociatas, a utilização das instituições, a seletiva vontade de educar e a deseducação intencional do lixo midiático, as violências diárias, a opressão de minorias, a controladoria econômica, a corrupção sistêmica desde colonizadores europeus, individual ou profissional, ações estadunidenses coordenadas, enfim, vivemos, mais do que nunca, a era de macro interesses e micro consciências.
A quem isto interessa? Este abismo entre pessoas, entre seres humanos. Ainda vivemos sob paradigmas escravocratas, onde Casa Grande e Senzala forjaram nossa realidade social. Não será minimizando pessoas que sairemos disto.
Aos insanos, que alguma paz os habite. Aos sensatos, há uma nação para ser reconstruída. A este segundo grupo, de qualquer lado, amplitude. Nunca foi tão necessária. Sabemos que muitos não serão presos. Não estão. É ficção. Jogo de cena.
Lula não está preso e até quem o odeia sabe o quanto não se encarceram ideias e ideais. Milhares de Lulas virão assombrar os grilhões da mesquinhez e a tentativa de supremacia por dominação.
Não sei e ninguém sabe onde tudo isto vai dar, mas não sinto esta alegria que alguns parecem compartilhar, como a saborear a vitória do seu time.
Hoje é um dia que não há o que comemorar e está longe de acabar. Todos sabem, mesmo que não admitam ou ainda não tenham se dado conta.
Impedir que se candidate é o maior sinal de fragilidade e insegurança dos seus adversários. Ganhem as eleições. Ganhem o mundo, mas sejam vitoriosos legítimos e não postiços. Conquistem o poder, coloquem os Bolsonaros que quiserem e paguemos os preços juntos. Assim é a vida em democracia.
Se muitos acham que se errou elegendo Dilma, as panelas poderão trazer pratos muito amargos para o nosso futuro. Esteja atento. Torço e trabalho para que não, mas não está fácil ver para onde iremos, com meus próprios olhos, quem dirá com os seus. A única certeza que tenho é que, queiramos ou não, vamos ter que ver juntos no que vai dar...
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